Trate sua Carreira como um Negócio
Ouvi recentemente de um empresário
catarinense que não vivemos apenas uma “época de mudanças”, mas sim uma
“mudança de época”. Isso exige uma nova forma de pensar sobre a vida e o
trabalho. A carreira tradicional acabou. Não fique esperando que a empresa onde
trabalha planeje a sua. Quer fazer de sua carreira um sucesso? Trate-a como um
negócio, em vez de como uma sucessão de cargos que pretende acumular ao longo
da sua vida útil.
Você provavelmente sabe muito bem
cuidar dos projetos da empresa onde trabalha. Seja pelo menos tão bom ao
gerenciar o seu projeto de vida e carreira. Você já deve ter preparado algum
tipo de business plan para um novo produto, um negócio ou um mercado
que sua empresa está analisando. Ou já deve ter assistido a apresentação de
algum desses planos preparado por um colega. Se ainda não o é, você deve estar
almejando um dia ser o presidente da empresa. Ou sonhando que um headhunter o
recrute para ser o diretor-executivo de uma unidade de negócios ou até mesmo de
outra empresa. Mas, lembre-se, você já é o presidente da sua vida, o
empreendimento mais importante que pode imaginar. Chegou a hora de preparar
o business plan mais importante de todos o negócios com os quais já
se envolveu até hoje: o da sua carreira.
Mas, como fazer?
O primeiro passo é mudar sua forma de
pensar. Pense como um empreendedor, saia da zona de conforto que você construiu
para si nos últimos anos. A década na qual vivemos hoje será lembrada no futuro
como o início de uma revolução imperceptível, o momento em que um grande número
de pessoas reassumiu as rédeas de seu destino, que havia sido de certa forma
delegado à empresa, ao governo, à Igreja e a outras instituições.
No passado nos acomodamos com a
tentativa das empresas de traçar os planos de carreira de seus funcionários.
Mas isso não é mais possível, esse mundo acabou. O ritmo alucinante de mudanças
no qual vivemos impede as empresas de fazerem planos de carreira de longo
prazo. Uma simples razão: será que algumas dessas carreiras na ladeira
organizacional ainda existirão daqui a 10 anos?
Se você tem tido sucesso e se
acostumou a pensar e a fazer as coisas de uma forma nos últimos anos, saiba que
o sucesso do passado não garante seu futuro. E que o maior inimigo do sucesso é
o próprio sucesso que acaba fazendo-nos acomodar. Não acredite que “devagar, e
sempre, a gente chega lá”. Hoje em dia, devagar não se chega a lugar algum e
quem espera nunca alcança. Ou pode chegar tarde demais quando as oportunidades
viraram a realidade de quem chegou mais rápido que você.
Outra forma de pensar que pode ajudar
muito seu posicionamento estratégico no mercado de trabalho: as opções que você
tem não se limitam aos competidores da empresa onde trabalha. Muita gente
quando pensa no mercado de trabalho se limita a pensar apenas na concorrência.
Amplie seus horizontes. Pense em toda a cadeia do negócio. As oportunidades
podem estar nos distribuidores dos produtos de sua empresa; ou em algum
fornecedor estratégico, em algum parceiro. Ou pense em montar sua própria
empresa para prestar serviços para o atual empregador.
Você já pensou onde quer chegar daqui
a três anos, em 2010? E em 2015? Sim, isso mesmo, você já tem visualizado o
futuro que gostaria de inventar? Identifique onde você quer chegar com clareza
pois fica difícil definir uma estratégia quando não temos clara a métrica do
nosso sucesso. E curiosamente a maioria das pessoas gasta a maior parte do seu
tempo pensando no passado, de onde veio, as dificuldades que enfrentou, se
vangloriando dos acertos que teve. Outra grande parte do tempo também é usada
em justificar onde está, o seu presente, os desafios que vive, as metas a
alcançar até o final do ano. E acaba dedicando pouquíssimo tempo a pensar onde
deseja chegar, a inventar seu futuro, a sonhar de olhos abertos com os pés no
chão. Perceba que o importante não é de onde você veio, nem onde está, mas onde
você quer chegar !
Vamos lá, mexa-se! Prepare um plano
para sua carreira e trate-a como um negócio. Pense como um empreendedor. Evite
se colocar como um empregado que pensa na seqüência de cargos que pretende
acumular ao longo do tempo.
Artigo de César Souza