15/09/2012

A falta que bons engenheiros fazem

15/09/2012

A falta que bons engenheiros fazem

A escassez de bons engenheiros não atrapalha apenas o aumento da produção — é um fator do baixo desempenho brasileiro em inovação.

São Paulo - O Brasil não é conhecido pela habilidade de criar novos produtos, por isso mesmo chama a atenção o fato de o país ter ganhado projeção recente por causa de alguns inventos. Uma das criações foi o Pig Palito, mecanismo que percorre os dutos de transporte de petróleo e gás para detectar avarias e evitar vazamentos.

Os instrumentos do gênero são usados no setor desde 1970, mas o brasileiro é o primeiro que opera sob a pressão de águas profundas. Foi premiado pela Sociedade Americana de Engenharia Mecânica e, desde 2005, quando chegou ao mercado, é utilizado por petroleiras em paí¬ses como Estados Unidos, Canadá e Malásia.

Outro invento de destaque é o plástico verde da Braskem. Por ser produzido do etanol da cana-de-açúcar e ser reciclável, conquistou o primeiro lugar no European Bioplastics Award de 2007, da Associação Europeia de Bioplástico, entidade que reúne fabricantes e consumidores de plástico, como DuPont e Kraft.

Sucesso de vendas internacionais, está em produtos tão distintos quanto as embalagens de perfume da Carolina Herrera e as cadeiras do Amsterdam Arena, na Holanda.
Apesar de bem diferentes, há um elemento que une os dois produtos: ambos foram concebidos por engenheiros.

O Pig Palito é uma criação do centro de pesquisa da Petrobras, no Rio de Janeiro, coordenada pelo engenheiro mecânico Claudio Camerini. A ideia do plástico verde foi do engenheiro químico Antonio Morschbacker, que, ao confirmar a viabilidade do produto, o sugeriu à diretoria da Braskem,Mas Petrobras e Braskem, Pig Palito e plástico verde, bem como Camerini e Morschbacker, são exceções — uma pequena demonstração do que o Brasil seria capaz de fazer se levasse mais a sério a formação de um profissional básico para o desenvolvimento industrial: o engenheiro.

Pesquisas indicam que há uma relação direta entre a capacidade de as empresas e os países criarem inovação e o número e a qualidade dos engenheiros dos quais dispõem.
Na Coreia do Sul, dos 125 000 profissionais que trabalham com pesquisa, 90 000 são engenheiros e técnicos com formação ligada à engenharia




 
Indique essa vaga, COMPARTILHE!